Um AVC ocorre quando o fornecimento de sangue de uma parte do cérebro é interrompido ou diminuído, o que altera as funções do corpo controladas por essa zona do cérebro. É muitas vezes referenciado como um “ataque cerebral”. Se qualquer parte do corpo – incluindo o cérebro – fica sem fornecimento de sangue ou oxigénio, as células podem ser danificadas ou podem morrer. Apesar de algumas destas lesões serem reversíveis, a morte de células cerebrais é permanente, deixando marcas de doença, como seja uma incapacidade permanente.
Existem dois tipos de AVC:
- Isquémico – causado por um bloqueio das artérias que fornecem sangue ao cérebro; representam cerca de 88% dos AVC
- Hemorrágico – causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo, resultando numa hemorragia cerebral; pode ocorrer a partir do interior como num aneurisma ou a partir do exterior, como seja nos traumatismos cranianos. O aneurisma é muitas vezes causado por defeitos congénitos ou pressão sanguínea elevada (hipertensão). Os AVC hemorrágicos são normalmente os mais graves e os mais fatais.
Factores de risco e sintomas
Existem vários factores de risco para um AVC. Incluindo:
Factores de risco major:
· Pressão arterial elevada (hipertensão)
· Doença das artérias coronárias e outros problemas cardíacos
· Diabetes mellitus
Outros factores de risco:
- Anemia Falciforme
- Enxaqueca
- Síndrome antifosfolípido
- Abuso de cocaína
- Colesterol elevado
- Tabagismo
A maioria dos AVC é antecedida por mini AVC (chamados ataques isquémicos transitórios ou AIT) que servem de aviso para procurar ajuda médica imediata. Se os sintomas de um AVC forem persistentes, os sintomas de um AIT resolvem-se por eles próprios num espaço de horas. Os cinco sintomas mais comuns de um AVC ou de um AIT são:
- Fraqueza, ou paralisia da cara, de um braço, de uma perna ou de uma parte do corpo de instalação súbita;
- Perda da fala ou dificuldade em falar ou perceber o que se diz, que surge de forma súbita;
- Vertigens, desequilíbrio, dificuldades em caminhar de instalação súbitas;
- Visão turva súbita;
- Dores de cabeça inexplicáveis que surgem subitamente;
Testes diagnósticos
Actualmente, o diagnóstico de um AVC é baseado em testes não laboratoriais. Os cientistas continuam à procura de testes laboratoriais, como marcadores de AVC, que possam ser utilizados para rastreio, diagnóstico, tratamento e monitorização dos AVC. Os dois marcadores, já existentes, que poderiam ser úteis na avaliação do risco são Lp-PLA2 e os neuroreceptores N-methyl-D-aspartate (NMDAR), enquanto os candidatos para o diagnóstico de um AVC são os anticorpos NR2A/2B e as metaloproteinases (MMPs). Um painel de marcadores poderia ser mais eficaz no diagnóstico ou como ferramenta de avaliação de risco. Estes testes não estão disponíveis, e a sua utilização é por enquanto essencialmente no sentido da investigação.
Podem ser solicitados outros testes laboratoriais para avaliar um doente que teve ou que se suspeita possa vir a ter um AVC:
- Hemograma completo
- Tempo de Protrombina; Tempo Tromboplastina Parcial; INR
- Glicose sanguínea (glicemia)
- Electrólitos
- Colesterol Total, HDL e LDL
- Anticorpos antinucleares (ANA)
- Anticorpos antifosfolípidos
- Anticorpos anticardiolipina
- Anticoagulante lúpico
- Hemoculturas
- Troponina
- Creatina Quínase (CK)
- Antitrombina III
- Proteína C, Proteína S
- Factor V de Leiden
- Velocidade de hemossedimentação
- Eletroforese da hemoglobina
- Homocisteína
- Testes da Sífilis (VDRL, FTA, outros)
- Rastreio toxicológico (sangue e urina)
Tratamento
O tratamento para um AVC depende das zonas afectadas e dos danos causados. Os AVC causados por coágulos sanguíneos, se detectados logo no início, podem ser tratados com fármacos para a fragmentação dos coágulos (como para o tratamento do ataque cardíaco). No caso de surgirem convulsões utilizam-se fármacos anticonvulsivantes juntamente com outras terapias. É muito importante que consulte o seu médico logo que tenha um início abrupto de sintomas sugestivos de AVC ou de AIT.